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Dólar. Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

O dólar apresentou leve alta no mercado local e voltou a fechar na casa de R$ 5,54, nesta quinta-feira (12). Com máxima a R$ 5,5585, a moeda à vista encerrou o pregão a R$ 5,5426, alta de 0,09%. A divisa apresenta queda de 0,49% na semana. No mês, as perdas são de 3,09%, o que leva a desvalorização acumulada em 2025 a 10,35%. 334r1a

O aumento da percepção de risco fiscal, diante da resistência do Congresso ao novo decreto do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), tirou força do real nesta quinta. Apesar da onda global de desvalorização da moeda americana, após leitura benigna da inflação ao produtor nos Estados Unidos, 

O governo publicou na quarta-feira à noite (11) a Medida Provisória com alterações como taxação de letras financeiras imobiliárias e do agronegócio e aumento da tributação de bets e do setor financeiro, além do novo decreto a respeito do IOF, com recalibragem de alíquotas.

O dólar até ensaiou uma queda na abertura do pregão, mas trocou de sinal ainda na primeira hora de negócios. E renovou máximas à tarde, quando começaram a pipocar notícias da ofensiva de parlamentares contra alterações no IOF.

IOF 6f2v62

O caldo entornou assim que o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), informou, em seu perfil no X, que o colégio de líderes da Casa decidiu pautar a urgência do projeto de decreto legislativo (PDL) que susta efeitos do novo decreto do governo que trata do aumento do IOF, publicado na quarta-feira.

“A Câmara dos Deputados se mobiliza para tentar derrubar o decreto de alta do IOF. Ainda não está claro qual será o desfecho, mas o mercado reagiu com cautela. O real, que vinha se valorizando pela manhã, ou a se desvalorizar levemente”, afirma o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala.

Mais tarde, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, disse que iria verificar a possibilidade de os deputados aprovarem, ao mesmo tempo, a derrubada dos dois decretos do governo relacionados ao IOF. Caso apenas o decreto da quarta, com a recalibragem das alíquotas, seja derrubado, o decreto anterior, que foi alvo de muitas críticas, aria a valer.

‘Clima ruim’ 6cb3e

Em seguida, durante discurso em Mariana (MG), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva itiu que existe um “clima muito ruim” na Câmara dos Deputados. Lula criticou o debate sobre a desindexação de benefícios sociais do salário mínimo. E defendeu as medidas propostas pelo Ministério da Fazenda, ressaltando que não foi eleito para “fazer benefício para rico”.

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), defendeu o decreto do IOF, que considera “emergencial para fazer frente a contingenciamentos e bloqueios”. E afirmou que o presidente da Câmara vai pautar a urgência do PDL que suspende o novo IOF somente na segunda-feira, 16.

No exterior 5g2f6d

No exterior, o índice DXY – termômetro do dólar ante uma cesta de seis divisas fortes – apresentou queda firme e furou o piso dos 98,000 pontos, com mínima em 97,602 pontos. Moedas vistas como refúgio em momentos de aversão ao risco, o franco suíço e a coroa sueca subiram mais de 1% com o aumento das tensões no Oriente Médio, após a retirada de funcionários americanos da região.

Depois da leitura benigna da inflação ao consumidor nos EUA, divulgada na quarta, o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) e seu núcleo vieram abaixo das expectativas, reforçando o quadro de moderação do ritmo de aumento dos preços. O PPI subiu 0,1% no mês ado, enquanto analistas esperavam avanço de 0,2%.

A equipe da corretora Monte Bravo acredita que o tarifaço do presidente dos EUA, Donald Trump, deve trazer um choque inflacionário. Mas será ageiro e pontual entre o segundo e o terceiro trimestre deste ano. Em seguida, a inflação nos EUA tende a arrefecer e se encaminhar para a meta de 2%.