violeta chamorro
Morre Violeta Chamorro primeira mulher presidente das Américas em 1990.(Reprodução)

Morreu Violeta Barrios Chamorro, aos 95 anos. Em 1990, ela foi a primeira mulher eleita a presidente na Nicarágua e nas Américas. Ela morreu na madrugada de sábado, 14, na Costa Rica, segundo comunicado da família. Chamorro sofreu um primeiro derrame em 2018, quando havia se afastado da vida pública. Ela tinha um tumor e outras complicações de saúde. 671c29

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Violeta Chamorro era jornalista e política nicaraguense, foi 50ª presidente de seu país entre os anos de 1990 a 1997, Chamorro também foi a primeira mulher eleita para o cargo de presidente da República por meio de uma eleição direta no continente americano, a segunda no hemisfério ocidental e a quinta no mundo.

Nascida em Rivas, Violeta cresceu numa família abastada e fez parte dos seus estudos nos Estados Unidos. Ao regressar à Nicarágua casou com Pedro Chamorro, celebre jornalista que herdara da família o jornal ‘La Prensa’. Como o jornal apresentava críticas a ditadura vigente de Anastasio Somoza, Pedro esteve várias vezes preso ou exilado. Em 1978 foi assassinado por ordens do ditador, que estava prestes a ser derrubado pela Frente Sandinista, um grupo político de esquerda

Quando Chamorro subiu ao poder, a economia nicaraguense parecia condenada a uma eterna crise, alimentada pelo embargo comercial decretado em 1985 pelo presidente dos EUA, Ronald Reagan. Em 1989, a inflação chegara a 1.700% e o desemprego atingira 35% da população economicamente ativa. O nível de produção nos setores primário e secundário, em 1990, não ultraava a marca da década de 50. Somente com a posse de Chamorro os Estados Unidos tirariam a Nicarágua do embargo econômico.

Os anos de Violeta Chamorro no poder iniciaram um período de declínio económico e social significativo para a Nicarágua. De 1990 a 2001, o país caiu de 60º para 116º lugar no mundo em termos de desenvolvimento humano, e tornou-se o país mais pobre das Américas depois do Haiti, de acordo com o PNUD.

A despesa pública per capita em saúde caiu de $35 em 1989 para $14 em 1995. A assistência médica no parto e o diagnóstico de cancros femininos foram reduzidos. Os centros de desenvolvimento infantil criados na década de 1980 – que cobriam 75.000 crianças – foram abolidos. A esperança de vida caiu de 66 anos em 1989 para 60 anos em 1996, devido ao aumento de doenças infecciosas e desnutrição. A mortalidade infantil aumentou de 58 por 1.000 em 1990 para 72 por 1.000 em 1995.